sexta-feira, 21 de agosto de 2009

E O SOL SE PÕE................

As 17:00 começa o espetáculo,
O mesmo que faz lembrar-me
de outro sol a se por.
Ponho-me a vigiar passo ante passo
Por do sol, agosto,
sol e mar.

As 17:25 encobre-se ,
Esconde-se,
tem de ti, saudades,
outro verão, inverno,
primavera e outono,
o meu, ocaso,
partiu,
volta amanhã!


O Último Pôr-do-sol
(Lenine)
A onda ainda quebra na praia,

Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois.
Eu lembro a concha em seu ouvido,

Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois
Os edifícios abandonados,

As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas
Pois no dia em que ocê foi embora,

Eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu

Ouça Lenine:

http://www.youtube.com/watch?v=LMbaAXfRgsY

E assista o "por do sol"

































































































































































































































































































































































































terça-feira, 18 de agosto de 2009

AINDA "CECÍLIA MEIRELES", tão viva em cada um de nós!

Definição: Concha, mas de orelha; Água, mas de lágrima;
Ar com sentimento. Brisa, viração. Da asa de uma abelha. Manuel Bandeira, sobre Cecília Meireles e sua poesia.

Cecília Meireles

"...Liberdade, essa palavraque o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."(Romanceiro da Inconfidência)

Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles,
e de D. Matilde Benevides Meireles,
Cecília Benevides de Carvalho Meireles
nasceu em 7 de novembro de 1901,
na Tijuca, Rio de Janeiro.
Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal.
O pai faleceu três meses antes do seu nascimento,
e sua mãe quando ainda não tinha três anos.
Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides.
Escreveria mais tarde:
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro,
três meses depois da morte de meu pai,
e perdi minha mãe antes dos três anos.
Essas e outras mortes ocorridas na família
acarretaram muitos contratempos materiais,
mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina,
uma tal intimidade com a Morte
que docemente aprendi essas relações
entre o Efêmero e o Eterno.(...)

Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar
nem me espantei por perder.
A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo
é o fundamento mesmo da minha personalidade.(...)
Minha infância de menina sozinha
deu-me duas coisas que parecem negativas,
e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão.
Essa foi sempre a área de minha vida.
Área mágica, onde os caleidoscópios
inventaram fabulosos mundos geométricos,
onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo,
e as bonecas o jogo do seu olhar.
Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram,
e deixaram sair suas realidades e seus sonhos,
em combinação tão harmoniosa
que até hoje não compreendo
como se possa estabelecer uma separação
entre esses dois tempos de vida,
unidos como os fios de um pano."

"Aprendi com a primavera;
a deixar-me cortar e voltar sempre inteira".

"É mais fácil pousar os ouvidos nas nuvens
e sentir passar as estrelas
do que prendê-lo à terra
e alcançar o rumo dos teus passos" .

Timidez

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...
— mas só esse eu não farei.
Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...
— palavra que não direi.
Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
— que amargamente inventei.
E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...
— e um dia me acabarei.

"De longe te hei de amar-
da tranquila distância em que o amor é saudade
e o desejo, constância".

"Tudo em ti era uma ausência que se demorava:
Uma despedida pronta a cumprir-se".


Personagem

Teu nome é quase indiferente
e nem teu rosto mais me inquieta.
A arte de amar é exactamente a de se ser poeta.
Para pensar em ti,
me basta o próprio amor que por ti sinto:
és a ideia, serena e casta, nutrida do enigma do instinto.
O lugar da tua presença é um deserto, entre variedades:
mas nesse deserto é que pensa o olhar de todas as saudades.
Meus sonhos viajam rumos tristes e,
no seu profundo universo, tu, sem forma e sem nome,
existes, silêncio, obscuro, disperso.
Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
teu coração, tua existência, tudo
- o espaço evita e consome: e eu só conheço a tua ausência.
Eu só conheço o que não vejo.
E, nesse abismo do meu sonho,
alheia a todo outro desejo, me decomponho e recomponho.

Meu Sonho

Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.

Canção

Nunca eu tivera querido
Dizer palavra tão louca
Bateu-me um vento na boca
E depois no teu ouvido
Levou somente a palavra
Deixou ficar o sentido
O sentido está guardado
No rosto com que te miro
Nesse perdido suspiro
Que te segue alucinado
No meu sorriso suspenso
Como um beijo malogrado
Nunca ninguém viu ninguém
Que o amor pusesse tão triste
Esta tristeza não viste
E eu sei que ela se vê bem
Só se aquele mesmo vento
Fechou teus olhos também
Diálogo

Minhas palavras são a metade de um diálogo
obscuro continuando através de séculos impossíveis.
Agora compreendo o sentido e a ressonância
que também trazes de tão longe em tua voz.
Nossas perguntas e resposta se reconhecem
como os olhos dentro dos espelhos.
Olhos que choraram.
Conversamos dos dois extremos da noite,
como de praias opostas.
Mas com uma voz que não se importa...
E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu.
Mas um mar sem viagens.
Cecília Meireles

Aqui está minha Vida

Aqui está minha vida
- esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz - esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor - este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança - este mar solitário,
que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.
Cecília Meireles




Salvador - Bahia - Brasil

Fim de tarde no Rio vermelho.

FORMATURA DE ANDRÉ - MOMENTOS ESPECIAIS!

Lindo ver o fruto,
semente a brotar.
Lindo ver a vida vicejante,
recomeçar
!






Solenidade na Reitoria!
"A alegria de André".




Carmen , André e Helena,
descontração na festa.








Grupo das tias.
Livia, Milú,
Adelaide, Carmen, Tania
e Helena.



Helena, Alice e Carmen.
Festa da formatura de andré.






Verena, Carolina
Helena e Carmen.
Olhares para câmeras diferentes!
(rsrsrs)








Carmen e Helena








Helena e Carmen












Os amigos Alexandre, Milú,
Tania, Carmen , Roberto.
Momento especial com Alexandre!




segunda-feira, 17 de agosto de 2009

SOLIDÃO

Languidez

Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
(Florbela Espanca)


"A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.........."

Um dia também há de passar..................




Corumbau (Bahia)
Setembro, 2008

Igreja de

Igreja e Convento do Desterro - Salvador - Bahia

No ano de 1677 chegaram as religiosas de Santa Clara
que vinham fundar o mosteiro da Bahia.
Foi começado o dito mosteiro
no sítio de Nossa Senhora do Desterro Grande
e Milagrosa Casa desta invocação que lhe serviria de igreja,
a qual foi construída em 1627 com as esmolas dos fiéis,
em terras dadas por um devoto...
Existiram naquela área uma Rua de Santa Clara do Desterro
e uma Rua Atrás do Muro das Freiras. (Cid teixeira)

As freiras do Convento de Santa Clara, viviam enclausuradas
e contam-se muitas histórias sobre a vida destas religiosas.
Durante a visita ao Convento, muitas dessas histórias aparecem,
deixando no ar um misto de curiosidade e pesar.






Claustro




















Torre da Igreja






























Teto da sala do coro,
lugar de encontro
e atividades comunitárias.






Azuelejo da capela das noviças,
homenageando Sta. Clara.
Foto para "Zé viajante",
uma lembrança neste momento!













Imagem do menino Jesus,
de rara beleza!



















"Baú" com "enxoval" das moças
que entravam para o convento.











Corredor da clausura.
Portas das celas.




















Belíssimo corrimão em pedra de cantaria.