quinta-feira, 17 de setembro de 2009

FFCH - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
da Universidade Federal da Bahia

De 1971 a 1973, o curso de Psicologia da UFBa. funcionou
no prédio da Faculdade de Medicina da Bahia,
onde vivíamos cercados de "beleza", "história" e "tradição".

A seu modo, o imenso prédio rosa é também um templo. Essa analogia não passou desapercebida ao Vice Presidente do Instituto Bahiano de História da Medicina e Ciências Afins, professor Antonio Carlos Nogueira Britto, que assim concluiu a conferência que fez no Anfiteatro Alfredo Britto no dia 18 de fevereiro de 2003, por ocasião da comemoração dos 195 anos de Ensino Médico na Bahia:

"Atentai, ó vós que estais a pisar este chão.
Este chão é sagrado.
Este chão, este solo, esta terra são ungidos, são consagrados, são abençoados pelos deuses da Medicina.
Este é o chão do Santuário da Medicina primaz do Brasil."


Os trabalhos da memória fizeram do edifício do Terreiro de Jesus
um templo do saber médico e da ciência no Brasil.
Ali, antes da expulsão dos jesuítas de Portugal e suas colônias,
ficava o Colégio da Companhia de Jesus e nele,
já transformado em Hospital Real Militar da Bahia,
instalou-se por Decisão Régia de 18 de fevereiro de 1808
a Escola de Cirurgia da Bahia, primeira escola médica do Brasil.
Em 1816 se transformaria na Academia Médico-Cirúrgica da Bahia
para tornar-se, em 1832, a Faculdade de Medicina da Bahia,
em 1891 a Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia,
volta a ser em 1901 a Faculdade de Medicina da Bahia (fotos 5, 6, 7 e 8) e,
quando as Universidades passaram a aglutinar as faculdades isoladas,
tornou-se a Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia, em 1946,
até chegar a hospedar, em 1965, algumas dependências
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.
Mais veja:
http://www.historiaecultura.pro.br/cienciaepreconceito/lugaresdememoria/faculdadedemedicinadabahia.htm

Ano de 1971, março talvez, ontem.
Ano de 2009, setembro, certamente, hoje.
Fechamos os olhos,
ouvimos memórias, risos,
alegrias, tristezas,
as vezes dores, saudades,
o tempo ali, parado.
Onde estamos?
Onde estão passo ante passo os momentos?
Guardados.
Momentos, nossos!
Carmen Bastos


Depois de tudo

Mas tudo passou tão depressa
Não consigo dormir agora.
Nunca o silêncio gritou tanto
Nas ruas da minha memória.
Como agarrar líquido o tempo
Que pelos vãos dos dedos flui?
Meu coração é hoje um pássaro
Pousado na árvore que eu fui.
Cassiano Ricardo(1895-1974)


Prédio da Faculdade de Medicina,
da Universidade Federal da Bahia, Terreiro de Jesus.





Tania, Carmen e Regina, nas corredores,
os mesmos de 1971.
Falta Alice, que dividiu conosco esses momentos!